Os alunos de 3º ano do Curso de Técnico de Gestão Cinegética da Escola Profissional Alsud, participaram, a convite da A.N.P.C. e do I.N.I.A.V., numa operação de captura de Lebres ibéricas (lepus granatensis). Antes da Ação e depois de um “mata-bicho” campeiro, a Dra. Margarida Duarte, investigadora do INIAV e coordenadora do Projeto+Coelho, fez uma introdução sobre os objetivos e os estudos que o INIAV tem estado a realizar no âmbito do “Projeto + coelho” com enfoque especial para o surto de mixomatose que emergiu recentemente nas Lebres, primeiro em Espanha e depois em Portugal e que afetam atualmente todos os distritos localizados a sul do rio Tejo. Esta ação, prévia e devidamente autorizada pelos serviços competentes, teve por fim capturar lebres vivas para realização de ensaios de vacinação com vista ao esclarecimento da utilidade das vacinas comerciais desenvolvidas para o controlo da mixomatose em coelho, nesta espécie.
Efetuaram-se 4 enxotas compostas por 10 batedores, direcionadas para uma rede com cerca de 1,5km, onde esperavam técnicos com grande experiência neste tipo de operação que é muito delicada no que respeita à captura e acondicionamento destes sensíveis animais selvagens. Conseguiram apanhar-se 2 Lebres.
Vão organizar-se outras ações onde contamos estar também presentes, pois estes eventos, além de contribuírem diretamente para a investigação, têm um papel preponderante na sensibilização dos nossos jovens para os problemas de saúde animal, da falta de biodiversidade do campo e das dificuldades da sustentabilidade das populações dos animais silvestres.
“O Grupo de trabalho +Coelho e a autoridade nacional da saúde veterinária (DGAV), também parceira do Projeto, recomendam, o reforço das medidas de vigilância, nomeadamente a propeção de cadáveres e de lebres doentes no campo, particularmente nas zonas de caça afetadas. Os cadáveres de lebres devem ser enviados para os pontos de recolha definidos no âmbito do projeto +Coelho ou devem ser eliminados através de enterramento, após cobertura com cal viva, ou encaminhados para unidade de tratamento de subprodutos aprovada. Importa ainda reforçar a adoção de medidas de higiene e de prevenção da transmissão desta doença, nomeadamente a desinfeção do calçado, dos equipamentos (incluindo bebedouros) e das rodas dos veículos nas zonas de caça, bem como a evisceração de animais em ato venatório sobre um plástico para evitar contaminação de solos. Aconselha-se ainda, sempre que possível, o controlo de vetores, sendo neste momento desaconselhada a suplementação de alimento, como forma de desfavorecer a proximidade entre animais. É também desaconselhada a movimentação (largadas, captura, translocação, repovoamento) de lebres e de coelho-bravo provenientes das áreas afetadas. O Grupo de Trabalho +Coelho e a DGAV relembram que qualquer introdução em território nacional de coelhos-bravos ou lebres oriundos de outros Estados Membros deve obrigatoriamente ser acompanhada da respetiva certificação sanitária.)”Fonte I.N.I.A.V.